quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Amor Barato

Um tipo de amor que é de esfarrapar e cerzir,
Que é de comer e cuspir no prato.
Mas levo esse amor com zelo de quem leva o andor,
Eu velo pelo meu amor que sonha,
(...)
Um tipo que tem que não deve nada a ninguém,
Que dá mais que Maria Sem Vergonha.
(Chico Buarque).

Quem nunca teve um amor barato? É, aquele tipo que “é de mendigar cafuné, é pobre e às vezes nem é honesto”. Sabe aquela “pechincha de amor, mas que o sujeito faz tanta questão, que se tiver precisão, ele furta”? Sabe qual é, né? Pois então! Não tem emoção como a de um amor barato... [suspiro com o olhar distante...]

Quem já teve sabe do que estou falando. Aquela agonia no baixo ventre, aquele peso na perna que impede de ir embora e faz deitar.

Não desejo pra ninguém um amor barato eterno! Pelo amor de deus! Lembre-se, é um amor que não vale lá muita coisa! Amor barato não é pra levar pro altar, mas, meu amigo, ele tem o seu valorzinho. E hoje, com essa lua que chegou de repente na minha janela e um vinho no copo, queria fazer um brinde aos amores baratos. Àqueles que não valem prato que comem. Àqueles dos quais o sujeito até se envergonha e nega, mas que, no fundo, leva com o “zelo de quem leva o andor”.

E como o assunto é esse, vou postar uma receitinha de boteco, que aprendi com uma amiga que, por sinal, é muito elegante e encontrou um amor precioso. É um prato que, como um amor barato, deve ser consumido com parcimônia para não fazer mal ao coração – ainda que parcimônia e amor barato pareçam não cair assim tão bem.

Calabresa com Provolone

Corte a lingüiça calabresa em rodelas grossas, ou como você preferir. Corte uma cebola em rodelas ou em comprido, como você preferir. Refogue a cebola com margarina e um pouco de óleo até ficar transparente, coloque a lingüiça. Refogue. Você pode temperar com um pouco de pimenta calabresa. Quando estiver com aquele dourado bem lindo, apague o fogo e coloque num pirex, cubra com provolone fatiado. Leve ao forno pra derreter o queijo.
Para bem acompanhar, além de um amor (barato ou não), um pãozinho em rodelas e uma cerveja bem gelada.

P.S.: um amor barato de verdade vele muito menos que essa receita porque a calabresa e o provolone tão pela hora da morte!

2 comentários:

Unknown disse...

sou eu! eu que inventei, com base no bar aqui do lado. é o maior bom. estou precisando "inventar" o filé acebolado com catupiry tb, delícia...

Vitor Bustamante disse...

Transformar letra em post sempre foi uma coisa que eu pensei e nunca fiz. Talvez, ter um amor barato também. Mas, para quem está num grande amor que rompe no tempo a sua glória casória passo-a-passo ou sobre rodas em volta a músicos na Av. Paulista... A muito o que se abstrair para entender em vivência poética a semântica dessa letra-música, há muito o que voltar no tempo... Para quando a realidade mas vinha do que era feita.