domingo, 26 de agosto de 2007

mentiras e histórias de amor

"Porque é verdade. Mas não penses que te censuro. Se queres transformarte-te num homem de letras, e quem sabe um dia escrever Histórias, deves também mentir, e inventar histórias, senão tua História ficará monótona. Mas terás que fazê-lo com moderação. O mundo condena os mentirosos que só sabem mentir, até mesmo sobre coisas mínimas, e premia os poetas que mentem apenas sobre coisas grandiosas."
(Umberto Eco, in 4ª capa de Baudolino.)

Não li o livro, mas achei a orelha ótima!
Concordo com o Baudolino. Mentir é necessário às vezes, sobretudo pra quem escolhe contar histórias, mas não se pode ser desonesto. Há que se mentir honestamente, e isso é uma arte. Tenho uma prima que diz que nos casos de amor existem duas saídas, a verdade ou o silêncio. Também estou inteiramente de acordo. Se a verdade é insuportável ou terrivelmente inefável, escolha o silêncio, e o calar, meu amigo, também é uma arte! Mas não invente uma história para o seu amor, histórias são para as outras pessoas. Tenho uma outra amiga que diz que existem dois tipos de histórias de amor, as boas de contar e as boas de viver. Estas últimas quase sempre são enfadonhas para quem não está vivendo; justamente porque nelas não cabem as mentiras, nem mesmo as mentiras mais honestas, somente o amoroso e repetitivo cotidiano. Já nas histórias boas de contar, mente-se o tempo todo, mente-se inclusive pra si mesmo. Dão ótimos romances!
Pra terminar esse post que não tem a pretensão de concluir coisa alguma ou mesmo de ser coerente, queria citar o Sherlock Holmes que, em algum conto que já não lembro qual, sem querer, dá a dica pra contar uma história. Segundo ele, quando se elimina todo o impossível, o que resta, por mais improvável que pareça, deve ser a verdade. O improvável, as pessoas ouvem com desconfiança. Mas o impossível sempre dá boas histórias!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A Melhor Carne Assada do Mundo

(esse é o nome do prato)

Respondendo a pedidos, estou colocando no ar a receita da Melhor Carne Assada do Mundo!
É um título auto-explicativo, então, vamos lá!

Ingredientes:

1kg de lagarto, limpinho e com pouca gordura
1 lingüiça calabresa
3 dentes grandes de alho
1 colher de sobremesa de pimenta calabresa (2 se vc gostar bem picante)
1 colher de sobremesa de alecrim desidratado
1/2 xícara de vinho tinto suave
3 colheres de sopa transbordantes de azeite de oliva
Sal e pimenta do reino a gosto
1 cebola bem grande ou duas médias
3 colheres de sopa de açúcar

Modo de Fazer:

Com pelo menos 12 horas de antecedência, pegue a carne e enfie a faca de cozinha, horizontalmente, bem no meio da peça, fazendo um corte grande o suficiente para caber a lingüiça dentro. Enfie a lingüiça (sugiro que antes você coloque a lingüiça pra congelar, assim na hora de enfiar ela vai estar dura). Coloque a carne em uma vasilha que caiba na geladeira. Misture o alho esmagado, a pimenta calabresa, o alecrim, o vinho, o azeite, o sal e a pimenta do reino (esse é o vinhadalho). Faça vários furos pela carne (agora verticais) e encharque bem os furinhos com o vinhadalho. Derrame toda a mistura por cima da carne, passe filme plástico na vasilha e deixa na geladeira de um dia pro outro, ou o máximo que der.

Viram a lingüiça enfiada?

No outro dia, pique a cebola e refogue em uma panela de pressão com um pouco de óleo, quando ela estiver transparente, acrescente o açúcar, espere derreter. Coloque a carne com a gordura pra baixo e refogue. Vire a carne até que fique douradinha. Despeje o mistura do vinhadalho onde estava a carne, adicione água até cobrir a carne e fecha a panela. Deixe cozinhar na pressão por 1h ou até ficar macia. Destampe e leve novamente ao fogo até que o caldo fique grossinho.

Sirva com batatas ao forno, ou purê de mandioca, ou farofa... fica ótimo também como recheio de sanduíche!
(por duas vezes fiz essa receita, com a intenção de fotografar para colocar aqui, mas qdo fica pronta, quem disse que alguém lembra da câmera?)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

The Holiday

Miles: Why do I always fall for the bad girl?

Iris: You didn't know she was a bad girl.

Miles: I knew she wasn't good…Do you have anything a little bit stronger?

Iris: ...

Miles: Thank you. Let me rephrase this: why am I attracted to a person I know isn't good?

Iris: I happen to know the answer to this. You're hoping you're wrong. She does something that tells you she's no good, you ignore it. Every time she comes through and surprises you, she wins you over... and you lose that argument with yourself that she's not for you.

Miles: Exactly.

(….)

Iris: Listen, I know it's hard to believe people when they say, "l know how you feel." But I actually know how you feel. (…)

Iris: What I’m trying to say is: I understand feeling as small and as insignificant as humanly possible. How it can actually ache in places that you didn't know you had inside you. It doesn't matter how many new haircuts you get, or gyms you join, or how many glasses of chardonnay you drink with girlfriends. You still go to bed every night going over every detail and wonder what you did wrong, or how you could have misunderstood. And how in the hell, for that brief moment, you could think that you were that happy?... And sometimes you can even convince yourself that he'll see the light and show up at your door.
And after all that, however long "all that" may be, you'll go somewhere new. And you'll meet people who make you feel worthwhile again. And little pieces of your soul will finally come back. And all that fuzzy stuff, those years of your life that you wasted, that will eventually begin to fade…

Miles: ...

Iris: Well, fuck!

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Prenúncio

“De todas as maneiras que há de amar, já nos machucamos.
Com todas as palavras feitas pra humilhar, nos afagamos.
Agora, já passa da hora.
Tá lindo lá fora.
Larga minha mão.
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado”

(chico buarque)


Abri a porta. Não acendi a luz. Acendi o fogo sob a leiteira. O coração aflito, a cidade quieta. Um pesadelo medonho, sofisticado, vinha me perturbando o sono...

Não chegava a ser um amor. Todavia, não consumado. Um acidente. Um desconsolo incompreensível. Um chuveiro no lado de fora numa casa de campo, o chão de madeira, a noite escura. Enquanto a água caía, o homem amado, morto e sujo de lama, vinha em minha direção. E no peito costurado e inerte pude deitar a cabeça.


Acordei chorando. Era um prenúncio, agora eu sabia.

E o cheiro de queimado me fazia lembrar o conselho: uma mulher aflita deve manter-se longe da cozinha.

Chocolate Quente

Apesar de ter queimado minha leiteira e quase posto fogo na casa, a receita é ótima! Aquece o coração, sobretudo se estiveres sozinha e aflita, sendo visitada por antigos fantasmas, vampiros ou mortos-vivos.


Ingredientes

500 ml de leite
1/2 lata leite condensado
100g chocolate meio amargo
1 colher (sopa) de conhaque
2 colheres (de sopa não mto cheias) de chocolate em pó
Canela
em pó ou pau (opcional)


Modo de Fazer

Corte o chocolate meio amargo em pedaços pequenos e derreta numa panela anti-aderente. Quando estiver derretido, misture o leite, o leite condensado, o chocolate em pó e ferva por alguns minutos, mexendo sempre. Deixe encorpar um pouco. Desligue o fogo, continue mexendo até amornar um pouco. Acrescente o conhaque. Sirva numa caneca grande. Mergulhe um pauzinho de canela ou polvilhe um pouco de canela em pó, se quiser.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

o existir

ah, a serenidade de se saber o porquê da vida e do uninverso...