Que é de comer e cuspir no prato.
Mas levo esse amor com zelo de quem leva o andor,
Eu velo pelo meu amor que sonha,
(...)
Um tipo que tem que não deve nada a ninguém,
Que dá mais que Maria Sem Vergonha.
(Chico Buarque).
Quem nunca teve um amor barato? É, aquele tipo que “é de mendigar cafuné, é pobre e às vezes nem é honesto”. Sabe aquela “pechincha de amor, mas que o sujeito faz tanta questão, que se tiver precisão, ele furta”? Sabe qual é, né? Pois então! Não tem emoção como a de um amor barato... [suspiro com o olhar distante...]
Quem já teve sabe do que estou falando. Aquela agonia no baixo ventre, aquele peso na perna que impede de ir embora e faz deitar.
Não desejo pra ninguém um amor barato eterno! Pelo amor de deus! Lembre-se, é um amor que não vale lá muita coisa! Amor barato não é pra levar pro altar, mas, meu amigo, ele tem o seu valorzinho. E hoje, com essa lua que chegou de repente na minha janela e um vinho no copo, queria fazer um brinde aos amores baratos. Àqueles que não valem prato que comem. Àqueles dos quais o sujeito até se envergonha e nega, mas que, no fundo, leva com o “zelo de quem leva o andor”.
E como o assunto é esse, vou postar uma receitinha de boteco, que aprendi com uma amiga que, por sinal, é muito elegante e encontrou um amor precioso. É um prato que, como um amor barato, deve ser consumido com parcimônia para não fazer mal ao coração – ainda que parcimônia e amor barato pareçam não cair assim tão bem.
Calabresa com Provolone
Para bem acompanhar, além de um amor (barato ou não), um pãozinho em rodelas e uma cerveja bem gelada.
P.S.: um amor barato de verdade vele muito menos que essa receita porque a calabresa e o provolone tão pela hora da morte!