Quando Jesus foi questionado sobre os mandamentos de Móises, ele simplificou a vida dos cristãos, sintetizando os dez em dois mandamentos: amar a deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Amar a deus sobre todas as coisas já é bastante difícil, porque Deus, o Transcendente, fica lá no céu, e aqui na terra, a gente acaba amando muitas outras coisas. Mas amar ao próximo como a si mesmo... aff, é muito mais! Porque, diferente de Deus, o Transcendente, o Próximo tem pele, cheiro, voz, tato. E ele ri e põe a mão na nuca, e faz cara de mau. O Próximo é um corpo biológico, sexuado, animado, com humores e temperamentos, que causam no Si Mesmo, que também é um corpo biológico, sexuado, animado, com humores e temperamentos, uma série de reações adversas e caóticas. E às vezes o sujeito ama a Deus, o Transcendente, com todo o coração, e com toda a vontade e o entendimento, e se lança, inocente, a amar o Próximo como a si mesmo. Mas alguma coisa acontece, e o que era pra ser expressão de amor, magoa, porque afinal, o Si Mesmo se exprime através de um corpo biológico, sexuado, animado, com humores e temperamentos. E eu acrescentaria, ainda, com memória. E o Próximo, então, a quem o sujeito ama tanto, se vai triste e sem olhar pra trás...
4 comentários:
Olá! Lindo o blog de vocês, que eu encontrei por meio de um outro lindo blog. Pior que constatar tudo isso em relação ao próximo, é imaginar, sob a mesma perspectiva cristã que ele é a imagem e semelhança de deus, como eu ou você, apesar de todos os defeitos.
oi, laís!
Obragda pela visita! Volte sempre!
pois é... pior!
Mas se o sujeito ama de tal modo que nele não permanece nada além do amor (vão-se os humores e temperamentos), o Próximo se sente amado e o amor doado, empregado concretamente, volta inesperadamente, tornando-se recíproco...
Mas é preciso muito treino!
Su, querida...
Você tem razão. Você tem muita razão...
Postar um comentário