"É confusa a minha fórmula. Verifiquei que na minha arte poucas regras se cumprem. Desconfia de mim, não cozinhes as minhas poções se te assaltar a sombra de uma dúvida. Mas lê essa tentativa falaz de feitiçaria: o esconjuro, se servir, é apenas o seu som – o que cura é o ar que as palavras exalam.” (Héctor Faciolince)
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
(gravura da folha de rosto da edição de 1854 de Thoreau, Henry David. Walden; or, Life in the Maine Woods.
Boston: Ticknor & Fields)
“I went to the woods because I wanted to live deliberately, I wanted to live deep and suck out all the marrow of life. To put to rout all that was not life and not when I had come to die Discover that I had not lived.”* (Henry David Thoreau)
Tenho aparecido pouco porque, vocês sabem, na floresta não tem internet.
*"Eu fui para a floresta porque queria viver deliberadamente, queria viver profundamente e sugar toda a essência da vida, aniquilar tudo o que não fosse vida para que quando minha morte chegasse, não descobrisse que não vivi.”
Eu não sou muito fã de xixi no banho, não... Ai, Dona Mata Atlântica, eu sei que gasta toda a água do planeta. E vaja, não é que eu não queria lhe ajudar, só tou dizendo que não sou mto fã de xixi no banho. Agora, essa propaganda é fantástica!!
O melhor é "gênios da ciência"!!! hahahaha Não, e o Frankenstein fazendo xixi pela orelha?? hahahahaha E o Saci e o Minotauro?? hahahhaha
Eu gosto tanto dessa propaganda que talvez, quem sabe, eu até comece a cogitar a idéia?
Em tempos de mudança, manter o coração quentinho é fundamental. Noutro post já falei sobre o medo da torta de blueberry (clique aqui pra ver), e é incrível como o sujeito pode se enrolar sempre com as mesmas questões... ai, ai...
e só porque sou uma blueberry girl, uma poesia linda, de um livro lindo eu ganhei esses dias.
Blueberry Girl (Neil Gaiman)
Ladies of light and ladies of darkness and ladies of never-you-mind this is a prayer for a blueberry girl first may you ladies be kind keep her from spindles and sleeps at sixteen let her stay waking and wise nightmares at three or bad husbands at thirty these will not trouble her eyes dull days at forty, false friends at fifteen let her have brave days and truth let her go places that we’ve never been trust and delight in her youth ladies of grace and ladies of favor and ladies of merciful night this is a prayer for a blueberry girl grant her your clearness of sight words can be worrisome people complex motives and manners unclear grant her the wisdom to choose her path right free from unkindness and fear let her tell stories and dance in the rain somersault, tumble and run her joys must be high as her sorrows are deep let her grow like a weed in the sun ladies of paradox ladies of measure ladies of shadows that fall this is a prayer for a blueberry girl words written clear on a wall help her to help herself help her to stand help her to lose and to find teach her were only as big as our dreams show her that fortune is blind truth is a thing she must find for herself precious and rare as a pearl give her all these and a little bit more gifts for a blueberry girl
Quando acordou e viu o dia lindo do lado de fora da janela e o bolo de chocolate em cima da mesa, não pode deixar de pensar que a vida é mesmo um clichê. Passou café, arrumou a mesa. Seu coração estava aquecido e o silêncio da casa já não lhe assutava. Ninguém sabia disso, só ela.
Her Morning Elegance (Oren Lavie)
Sun been down for days A pretty flower in a vase A slipper by the fireplace A cello lying in its case
Soon she's down the stairs Her morning elegance she wears The sound of water makes her dream Awoken by a cloud of steam She pours a daydream in a cup A spoon of sugar sweetens up
And she fights for her life as she puts on her coat And she fights for her life on the train She looks at the rain as it pours And she fights for her life as she goes in a store with a thought she has caught by a thread she pays for the bread and she goes… Nobody knows
Sun been down for days A winter melody she plays The thunder makes her contemplate She hears a noise behind the gate Perhaps a letter with a dove Perhaps a stranger she could love
p.s.: o Oren Lavie é um músico e escritor e diretor de teatro isralense que mora em Berlin (procura aí no google que eu não sei colocar link aqui). A letra eu peguei no Terra e o clipe tá lá no youtube. Oren tem sido minha trilha sonora essas últimas semanas.
Eu cultivo meus vícios (porque se uma pessoa não cultivar nem seus vícios, vai cultivar o que nessa vida, né mesmo?). Também cultivo alguns relacionamentos e uma plantinha com fator de cura IV, o que talvez explique porque ela não teve o mesmo fim que o manjericão e a pimenteira.
_ ana, eu tenho um vício _ que bom... é mto bom ter vícios! _ eu não tô gostando, porque é um vício chato _ o que é? é um vício caro? _ jogar paciência no computador _ eu tb tenho esse! _ eu me sinto uma idiota _ mas, olha, o chico buarque tb joga _ todo dia eu tenho que jogar _ jogar paciência faz parte do processo criativo, porque limpa a mente pras idéias poderem vir _ é verdade! _ eu me sinto mto respaldada depois que eu soube que o chico tb joga! _ isso me aliviou, confesso _ pois é... _ égua ana, tu não sabes como eu estou feliz em ter um vício em comum com o chico!!!
"O tempo de Chico Buarque é diferente, diz ele. O trabalho e a criação ocpuam sempre a sua cabeça. Quando caminha pela praia, quando vê um filme. Às vezes comete silêncios desconcertantes porque no meio de uma conversa se detém para pensar. Na hora de escrever, muitas vezes senta-se à frente do computador e fica horas jogando paciência. Até ter uma idéia. Então passa para o texto, escreve cinco minutos e volta para a paciência. Com o andar das coisas, isso vai mudando e ele fica menos tempo na paciência e mais no texto. (...)" (Chico Buarque do Brasil, ed. Garamond, p. 109)
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
(El sueño de la razón produce monstruos, gravura de Francisco Goya, 1799)
Hoje começa o ano novo de verdade, embora tudo continue igual. Tudo pra pagar, tudo pra arrumar, tudo que a gente não fez ano passado (eu não fiz tanta coisa) tá lá esperando pra fazer em 2009. E como se não bastasse, haja votos de paz, amor, felicidade, saúde, dinheiro e que tudo se realize, porque esse ano tudo vai ser melhor! Hum-hum.
Mas esses dias, li um post no blog da cássia (www.olhoscaramelos.wordpress.com . Pois é, eu não sei fazer ficar a palavra azulzinha que a gente clica e já vai direto no link, acredita?) que era assim, ó:
[...] Tem aquele livro do Camus, A peste, que o personagem passa o livro todo escrevendo um grande livro que ele queria fazer. E ele fica o livro inteiro no mesmo parágrafo. Porque se você quiser ser perfeito, você vai ficar sempre no mesmo parágrafo.
Eduardo Coutinho, no DVD especial em comemoração aos 50 anos de lançamento do livro Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa. * Este é o meu desejo para 2009: sejamos imperfeitos. Porque sem aqueles que não temem a imperfeição, o mundo jamais teria saído do lugar.
E eu já quero é isso aí mesmo pra 2009! Brigada, querida!