Jeremy: Bem, pelas minhas observações, às vezes, é melhor não saber. Outras vezes, não há razão para ser encontrada.
Elizabeth: Tudo tem uma razão.
Jeremy: Assim como as tortas e bolos! Veja: ao final de toda noite, o Cheesecake e a torta de maçã já não existem mais, sempre. A torta de pêssego e a torta de mouse de chocolate estão quase no final. Mas sempre sobra uma torta de blueberry inteira. Intocada.
Elizabeth: O que tem de errado com essa torta?
Recentemente, assisti “Um Beijo Roubado” [My Blueberry Night], filme do Wong Kar-Wai com a Norah Jones e o Jude Law. Gostei imensamente. É um filme sobre portas, chaves, viagens e tortas (talvez mais tarde eu publique aqui outros textos sobre ele, porque escrevi bastante quando voltei do cinema). Ele me fez pensar em quando eu tinha medo, exatamente, disso, de não ser escolhida.
Não sei vocês, mas quando era criança e tinha que dançar quadrilha nas festas juninas do colégio, meu maior medo era ter que dançar com a vassoura no final. Eu, que apenas recentemente aprendi que correr riscos pode ser uma experiência bem recompensante, acabava sempre combinando com um amigo que quem fosse tirado primeiro, tiraria o outro. Uma besteira! Porque se, por um lado, me livrava daquilo que eu considerava vexatório, ter de dançar com a vassoura, por outro nunca me permitiu tirar quem eu realmente queria tirar, nem ser tirada por aquele que eu realmente queria que me tirasse.
E afinal, qual era mesmo o problema de dançar com a vassoura?
Não sei vocês, mas quando era criança e tinha que dançar quadrilha nas festas juninas do colégio, meu maior medo era ter que dançar com a vassoura no final. Eu, que apenas recentemente aprendi que correr riscos pode ser uma experiência bem recompensante, acabava sempre combinando com um amigo que quem fosse tirado primeiro, tiraria o outro. Uma besteira! Porque se, por um lado, me livrava daquilo que eu considerava vexatório, ter de dançar com a vassoura, por outro nunca me permitiu tirar quem eu realmente queria tirar, nem ser tirada por aquele que eu realmente queria que me tirasse.
E afinal, qual era mesmo o problema de dançar com a vassoura?
4 comentários:
Ana, que trecho lindo você escolheu! Eu já queria ver o filme, agora quero ainda mais...
As pessoas têm todo o direito de fazer suas escolhas, e isso não deve ser motivo de culpa. É difícil lidar com a mágoa que às vezes nos invade por não sermos escolhidos, mas com o tempo a gente aprende a superar; entende que há escolhas e escolhas, e pessoas suficientes para fazer todos os tipos. Um grande beijo!
E é o melhor post de blog lido no mês... Aquele que a gente nem muito lê, mas que lê a gente.
Animã - profundamente.
Oi, Lais!
Oi, Vitor!
um beijo grande pra vocês!
pois é, a vassoura...
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