- E depois que morre - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”
É que eu visitei o museu da língua portugues semana passada!
"É confusa a minha fórmula. Verifiquei que na minha arte poucas regras se cumprem. Desconfia de mim, não cozinhes as minhas poções se te assaltar a sombra de uma dúvida. Mas lê essa tentativa falaz de feitiçaria: o esconjuro, se servir, é apenas o seu som – o que cura é o ar que as palavras exalam.” (Héctor Faciolince)
O problema do inevitável é que é da natureza dele acontecer. Pode-se até adiar por alguns dias, por anos até, mas chega uma certa hora que pumba, ele inevitavelmente acontece. A dor, por exemplo, é inevitável, eu sei, mas algumas, por deus!!, são dispensáveis. Há dores que até fazem sentido, fazem amadurecer, compreender melhor a vida... ou sei lá o que, mas outras são absolutamente sem propósito, no entanto, doem latejado e profundo do mesmo jeito. São umas dores que até poderiam ser evitadas, contudo não se consegue. Talvez seja uma espécie de escolha, já que a dor é inevitável, melhor sofrer com uma que já se sabe como vai doer, já se tem até a manha pra agüentar. Sim, porque raramente se morre disso. E o mais irônico é que aquilo que por definição é inevitável na vida é a morte... (suspiro profundo)...
Eu sei que se arrependimento matasse, eu tinha acordado mortinha da silva! Menos mal que não mata.
Pra isso não tem receita que dê jeito, já experimentei várias coisas. Em todo caso, faça refeições leves e tome bastante água.
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
(o guardador de rebanhos)
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou...
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Nós, como as árvores são árvores
E como os regatos são regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos...
E não nos dará mais nada, porque dar-nos mais seria tirar-nos mais.