Não li o livro, mas achei a orelha ótima!
Concordo com o Baudolino. Mentir é necessário às vezes, sobretudo pra quem escolhe contar histórias, mas não se pode ser desonesto. Há que se mentir honestamente, e isso é uma arte. Tenho uma prima que diz que nos casos de amor existem duas saídas, a verdade ou o silêncio. Também estou inteiramente de acordo. Se a verdade é insuportável ou terrivelmente inefável, escolha o silêncio, e o calar, meu amigo, também é uma arte! Mas não invente uma história para o seu amor, histórias são para as outras pessoas. Tenho uma outra amiga que diz que existem dois tipos de histórias de amor, as boas de contar e as boas de viver. Estas últimas quase sempre são enfadonhas para quem não está vivendo; justamente porque nelas não cabem as mentiras, nem mesmo as mentiras mais honestas, somente o amoroso e repetitivo cotidiano. Já nas histórias boas de contar, mente-se o tempo todo, mente-se inclusive pra si mesmo. Dão ótimos romances!
Pra terminar esse post que não tem a pretensão de concluir coisa alguma ou mesmo de ser coerente, queria citar o Sherlock Holmes que, em algum conto que já não lembro qual, sem querer, dá a dica pra contar uma história. Segundo ele, quando se elimina todo o impossível, o que resta, por mais improvável que pareça, deve ser a verdade. O improvável, as pessoas ouvem com desconfiança. Mas o impossível sempre dá boas histórias!